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O Bebê de Rosimeire: Humor e Crítica Social

By 11 de agosto de 2025 No Comments

O São Paulo Film Festival destaca O Bebê de Rosimeire, curta-metragem dirigido por Olavo Fernandes e Ana Cristina Sampaio, que combina humor ácido, crítica social e estética de pseudodocumentário. Longe de ser uma paródia de O Bebê de Rosemary, o filme constrói uma sátira sobre como o cinema e outras mídias retratam a autonomia feminina de maneira frequentemente atravessada por olhares patriarcais. A narrativa parte de um ponto sensível, o abandono paternal, e se expande para abordar temas como o êxodo de jovens e trabalhadores do interior e as fragilidades da saúde pública, sempre com um tom irônico e acessível.

O formato de pseudodocumentário oferece o terreno perfeito para explorar o contraste entre o drama vivido pela personagem e o tom irônico da abordagem. A escolha do título, ao fazer referência a um clássico de Roman Polanski, ganha nova camada de significado ao ser utilizada em uma obra concebida e roteirizada também por uma mulher, acrescentando ironia e provocação ao projeto.

Entre as influências que ajudaram a moldar o tom da obra estão Tapa na Pantera e Recife Frio, que inspiraram a leveza, a narrativa enraizada na cultura regional e o olhar crítico apresentado com humor. Segundo Olavo Fernandes, a intenção sempre foi criar um filme leve e acessível, mas que tratasse a personagem com respeito, usando o formato de pseudodocumentário para brincar com a narrativa sem perder de vista a crítica central da história. O Bebê de Rosimeire não busca ser um discurso panfletário, mas um comentário perspicaz sobre como as narrativas midiáticas, antigas ou atuais, frequentemente recobrem o debate sobre a autonomia do corpo feminino com moralismos conservadores.

Mais do que uma sátira bem construída, o curta é um exemplo de como é possível unir humor e reflexão sem perder a sensibilidade. Sua narrativa ágil e os diálogos afiados fazem com que a experiência seja ao mesmo tempo divertida e instigante, conquistando o público pela forma inteligente como aborda questões complexas.

Com estreia marcada para agosto de 2025 no Cine Teatro Cuiabá e participação confirmada na 24ª Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina, o curta promete provocar risos e reflexões. Realizado com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Cuiabá e do Ministério da Cultura por meio da Lei Paulo Gustavo, sua força está na forma como convida o público a observar, com um misto de ironia e respeito, as histórias que ainda hoje são contadas sobre as escolhas e o corpo das mulheres.

Título: O Bebê de Rosimeire

Formato: Curta-metragem

Gêneros: Pseudodocumentário, comédia, terror, ficção científica.

Duração: 14 minutos

Diretores: Olavo Fernandes e Ana Cristina Sampaio

Roteiro: Ana Cristina Sampaio, Emília Top´Tiro e Olavo Fernandes

Produtores: Filipe Drescher e Olavo Fernandes

Elenco Principal: Edilaine Duarte, Guto Tavares, Danyel Viana e Carol Torres

País: Brasil

Biografia dos Diretores: Ana Cristina Sampaio e Olavo Fernandes.

Ana Cristina Sampaio: Graduanda em Cinema e Audiovisual pela UFMT, Ana Cristina Sampaio estreou na direção de ficção com o curta-metragem O Bebê de Rosimeire. Dirigiu também o documentário De Caçapava à Cuiabá (2023). Durante a produção de O Bebê de Rosimeire, seu falecimento repentino interrompeu temporariamente as gravações. Meses depois, o projeto foi retomado e concluído como uma homenagem à sua contribuição e à sua memória, atendendo ao desejo de sua família.

Olavo Fernandes: Graduado em Cinema e Audiovisual pela UFMT, Olavo Fernandes atua no setor desde 2017, trabalhando principalmente como editor, realizador, produtor e roteirista. É autor de quatro curtas-metragens exibidos nas cinco regiões do Brasil, além de festivais na Europa e na América do Norte. São eles: A Quimérica Vontade de Pertencer a Outro Mundo (2020), vencedor de “Melhor Curta Curtíssimo” na 19ª Mostra de Audiovisual Universitário e Independente da América Latina; A Indômita Revolta dos Morangos Assassinos (2022), finalizado com apoio da Secel/MT e vencedor de “Melhor Curta-Metragem Mato-Grossense” e “Melhor Direção em Curta-Metragem” no 21° Cinemato, “Melhor Edição” no Moscow Indie Film Festival, finalista no All That Moves e “Menção Honrosa do Júri” no WideScreen Film & Music Video Festival; Estelar (2024), seu Trabalho de Conclusão de Curso, realizado com recursos da FAPEMAT e apoio da PROCEV/UFMT, finalista do Prêmio Orlando Senna; e O Bebê de Rosimeire (2025).
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